Quem sou eu

sou aquela que sabe a dor e a delícia de ser quem eu sou!

segunda-feira, 23 de março de 2009

Once upon a time...




Nas minhas andanças pela net, percebi que todo mundo tem uma lista das 10, 20, 50 ou 100 coisas que precisamos (ou não) saber sobre eles.

Resolvi tentar construir a minha lista mas, como vocês também sabem, fujo à qualquer normalidade. Então, aqui vai MEU MANUAL DE INSTRUÇÕES:

1. Alguém pode me dizer por onde começo?;
2. Dos Freitas de Oliveira, sou o recheio. Dos Freitas Leite, sou a caçula predileta (rs);
3. Prefiro escrever do que falar;
4. Brigo por tudo aquilo que acredito, cegamente! Se mereço 9,1 não me venham com 9...;
5. Tenho 2 certezas na vida: Deus me ama e quando morrer eu vou pro céu;
6. Tenho PÂNICO de aranhas, mesmo das minúsculas;
7. Quando adolescente, queria morar com a vovó (mas o papai não deixava). Me mudei pra casa dela aos 27;
8. Meu carro é vermelho e não uso espelho pra me pentear (ou passar batom);
9. Definitivamente, não gosto que fiquem me apertando;
10. Detesto gente prolixa (fale menos, ouça mais!);
11. Vai sair de casa? Traz uma lembrancinha pra mim?!;
12. Meu reino por uma massagem nos meus pés;
13. Já fui casada... Já me divorciei;
14. Você pode ler o meu jornal, mas dá pra não fazer barulho ao comer?;
15. Quando eu era Gerente de Plantão, sempre acontecia algo trágico (ou cômico);
16. Resolvi não ser mais plantonista e mudar de país;
17. Moro na Irlanda desde outubro de 2007;
18. Moro numa cidade que não tem Shopping Center (aaaaaaaaaaaah!);
19. Meu celular fica 24h ligado, 7 dias por semana;
20. AMO receber mensagem no celular;
21. Sempre achei lindo ver as aves voando, até o dia em que uma fez cocô na minha cabeça;
22. Chupei dedo (depois que larguei a chupeta) e roí as unhas (mesmo quando a mamãe passava pimenta);
23. Hoje "como os cantinhos", principalmente quando estou nervosa;
24. Morei em várias cidades diferentes, mas Brasília sempre será a minha predileta;
25. Queria ter pintado o cabelo de loiro, mamãe nunca deixou;
26. Pintei de ameixa e ficou todo manchado. Passei um mês usando rabo de cavalo;
27. Sou DINDA de dois goianinhos;
28. Fui dama de honra aos 27 e aos 30 anos;
29. Sou descendente de estonianos;
30. A única coisa que sei falar em estoniano é "caisso";
31. Dancei lambada... com a minha irmã;
32. Tenho um nervo a mais no coração;
33. Por causa dele, tive que enfrentar um cateterismo aos 20 anos;
34. Amo doar sangue;
35. Não consigo mais tomar chá sem leite;
36. Chocolate = Kit Kat;
37. A primeira vez que dirigi na mão inglesa, quase matei a Ju do coração;
38. Minha mãe é meu olho esquerdo;
39. Minha irmã... minha irmãe;
40. Não sonho toda noite... se sonho, não lembro;
41. Tenho desejos mesmo nunca estando grávida (imagina quando eu estiver!!!!);
42. Conheci Paris com uma brasileira e um italiano;
43. Quando vi neve pela primeira vez, achei que alguém tivesse jogando papel picado pela janela;
44. Amo beterraba em conserva;
45. Detesto pequi (não suporto nem o cheiro);
46. AMO dormir;
47. Só perco uma boa noite de sono se estiver trovejando;
48. Ainda volto para Paris;
49. Nunca pensei que almoçaria janta e jantaria almoço;
50. Não gosto que me vejam sem maquiagem;
51. Óculos de sol tem que ser grande;
52. E homem tem que ser cheiroso;
53. No meu Ipod tem de tudo;
54. Tenho pavor de pessoas que se acham as melhores;
55. Confiança é a base de qualquer relacionamento, qualquer um;
56. Já ganhei medalhas na natação;
57. Me matriculei no judô e, na primeira aula, o professor me mandou fazer ballet;
58. Detesto passar roupa, mas não uso amassada de jeito nenhum;
59. Salto alto, de preferência;
60. Queria sublinhar na Bíblia tudo o que eu achasse importante;
61. Fiz isso e tive a minha primeira Bíblia colorida;
62. Perfeccionista que sou, comprei outra Bíblia toda branquinha e leio as duas;
63. Nas serenatas, sempre cantava músicas do Roupa Nova;
64. Sou contralto mesmo me esforçando pra ser soprano;
65. Primeiro estádio de futebol: Serra Dourada. Time em campo: SPFC;
66. No casamento da minha irmã, eu carreguei um burrinho;
67. Amo fazer neném dormir;
68. Descobri que posso diminuir o sal, mas não posso ficar sem ele;
69. Queria voltar ao tempo e dividir o quarto com a minha irmã, novamente;
70. Já atropelei um pombo e tive pesadelos com isso;
71. Cultivei uma planta que, no lugar de água, bebia chá mate;
72. Meu senso de direção é completamente perdido;
73. Minha família é complicada e perfeitinha;
74. Acredito em tudo aquilo que você me falar mas, se mentir, não acredito em nada mais;
75. E, confiança não se compra... SE CONQUISTA;
76. Amo surpresa, mas saiba: quando, como e onde;
77. Meu silêncio fala por mim;
78. Se eu estou afim, eu agarro;
79. Sou uma publicitária frustrada, uma psicóloga sem diploma e uma administradora procurando o hotel dos meus sonhos;
80. Tenho TPMs homéricas;
81. Choro de rir com a Turma da Mônica;
82. Também sou conhecida como: Ana Preta ou Preta, Dinda, Foca, Tati bi Tati, Tia, Filha Minha, “Bruxa”, AMORE, Delícia... só não me chame de “Coisinha”;
83. Aliás, meu nome é TatianA e não TatianE;
84. Minha maior qualidade: PERFECCIONISMO;
85. Meu maior defeito: PERFECCIONISMO;
86. Sempre inclino a cabeça quando vou tirar foto;
87. Minha avó faz o melhor arroz do mundo;
88. Posso ir ao shopping “só olhar”;
89. Tenho verdadeira paixão por bolsas e carteiras;
90. Se vou arrumar a casa, ligo o som (alto);
91. Se vou tomar banho, ligo o som (alto);
92. Aprendi que amo pessoas e uso coisas – jamais vice-versa;
93. Choro muito e sei que as minhas lágrimas servem para regar a minha fé e consolar meu coração;
94. Cultivo amizades e rego meu jardim;
95. Borboletas, sempre! Mais e mais;
96. Tenho e-mail, blog, Orkut, Facebook... só não tenho tempo pra tudo isso;
97. Gasto todo o crédito do meu celular ligando pra quem eu amo;
98. Depois de 28 anos, descobri uma paixão por queijos e vinhos;
99. Eu preciso saber se estou fazendo certo ou errado;
100. Jamais estou sozinha!

terça-feira, 10 de março de 2009

Confissões de uma AU PAIR

O que você entende por AU PAIR???

Entrei nesse universo por acaso e, hoje, sinto que foi uma das decisões mais acertadas que tomei desde que cheguei na Europa.

Ser AU PAIR...


O termo surgiu na Europa do século XIX, quando a juventude burguesa deixava seu país na tentativa de conhecer outras culturas e outras línguas. Esse intercâmbio era feito entre famílias com o mesmo nível social - estamos falando da juventude com bom poder aquisitivo; a moeda corrente seria "aquisição de conhecimento" e, jamais, dinheiro em espécie.

Nos dias atuais, famílias diversas abrem as portas de suas casas na tentativa de oferecer à juventude (não mais burguesa) tal intercâmbio. A jovem que ali chega, além de um contexto familiar, tem a segurança de estar bem acomodada (não estou falando de luxo), de não ter contas para pagar (aluguel, energia, telefone, etc) e de ter tempo para se dedicar aos estudos (afinal, esse é o maior objetivo). Em contrapartida, os pais voltarão às suas rotinas profissionais na certeza de que seus filhos (com idade entre 1 mês e 10 anos) serão bem assistidos e respeitados; as crianças verão a jovem como uma nova amiga, quando não como uma irmã mais velha (como no meu caso!). Partindo-se do pressuposto que a jovem não terá grandes despesas, a família oferece uma espécie de remuneração simbólica - nada de valor mínimo/hora ou salário correspondente ao de uma babá!

Aliás, que fique bem claro: BABÁ É BABÁ - AU PAIR É AU PAIR!


Para ser uma Au Pair não basta gostar de crianças... Precisa gostar de rotina familiar! Precisa respeitar hierarquia (mesmo depois dos 21 anos): dizer onde vai, quando vai, quando volta. Precisa respeitar limites, horários, prazos! Precisa saber aproveitar uma noite com crianças quando, o que você queria na verdade, era estar com os amigos!

Precisa saber ouvir (com os dois ouvidos), saber falar (ou calar). Ter o coração aberto para broncas, puxões de orelha...

Precisa gostar de visitar a casa da vó e da tia distante, elogiar a comida e contar sobre o seu país pela zilhonésima vez! Ir ao zoológico num feriadão, entrar no carro e cantar "Bob o construtor" (quando o que você queria era escutar o CD da sua banda predileta).

Precisa querer trocar experiências, vivências, culturas!

Não é sinônimo de emprego fácil (porque não é um emprego ou muito menos algo fácil de se fazer) e não pode ser visto como "a última opção da vida" ou "só me sobrou isso".

Seja UM PAR, como na história dos anjos de uma asa só e, se for isso que você realmente quer para a sua vida, neste momento, APROVEITE - seu objetivo, assim como o meu, é adquirir mais conhecimento e isso, ninguém NUNCA tira de você!


P.s.: Mas se quiser ganhar dinheiro "tomando conta de criança"... então, vai ser babá, vai!

segunda-feira, 2 de março de 2009

Recession X Violence


Or should be "Recession = Violence"?

Fui trabalhar, sábado passado, e meu chefe (Big Boss) - pausa rápida: agora fui promovida a Deli Girl, huahuahuahau - veio me perguntar se eu tinha ouvido falar do incidente ocorrido, às 15h45 do dia anterior - agora uma pausa pra montar o cenário: gente, era uma sexta-feira normal, antes das quatro da tarde. Ele disse que uma dondoca (sim, tinha que ser uma dondoca pra fazer compras numa boutique ultramegapower cara, que fica ao lado do wine bar, na metade da tarde de uma sexta. Obs.: ele não disse dondoca, eu é que usei o "adjetivo") saiu da loja e entrou na sua BMW 2009 (não falei que era dondoca?!), feliz e contente. Quando ela se deu conta, um adolescente abriu a porta do passageiro, gritou com ela e a mandou sair. Ele foi para o lado do motorista, deu partida e fugiu (feliz e contente - isso foi humor negro, eu sei!).

O pior foi a forma com que meu chefe terminou a história: "Tatiana, it's like living in Rio!!!". Excuse ME!!!! O garoto rouba a dondoca e meu país leva a fama????? De jeito algum!
Quando retruquei, indignada, ele disse que isso era consequência normal (NORMAL?????) da recessão - como se eles realmente soubessem o que é recessão!

Fiquei o final de semana remoendo essa história... Confesso que, me sentindo praticamente uma vaca (ruminando, ruminando), hoje resolvi sentar e escrever - sempre me achei melhor com a escrita =)

Segundo o que dizem os especialistas, essa é a maior recessão dos últimos 25 anos. Tenho 30 e, desde que me entendo por gente (família, AMO VOCÊS), aprendi que: dinheiro não cai do céu (ou não nasce em árvore); dividir algumas vezes é multiplicar (ainda mais com 7 irmãos); a água é cara - assim como a energia (ligar o ferro pra passar uma camiseta??? NUNCA!); a conta de telefone veio muito alta??? Põe cadeado nele - rs; as roupas da minha irmã mais velha (ou da prima) podem e devem ser aproveitadas por mim; TV a cabo, o que é isso???; comer fora é luxo (ou é o cenário perfeito pra grandes comemorações); o prato que estava cheio (porque eu o fiz) deve ficar vazio (porque desperdício é pecado); escola pública pode ser tão boa quanto a particular - depende, principalmente, do esforço de cada um... a lista aqui só tende a aumentar!

Venho de um país com 197 milhões de habitantes pra morar numa vila com 10 mil. Só na favela da Rocinha, meu querido chefe, são 120 mil! Copacabana então... 150 mil!

Por mais alarmante que a coisa possa parecer, jamais será comparada a situação de miséria em que muitos vivem no Brasil. A sensação que tenho é que os irlandeses estão migrando da classe alta para a classe média-alta e querem se dar ao luxo (literalmente) de dizer que a recessão, pra eles, é caracterizada pela "violência" - quando um filhinho de papai brinca de roubar o carro da madame.

Não estou aqui sendo a advogada do ladrão... de maneira alguma!

Só defendo que a educação começa em casa - POPULAÇÃO DESTA ILHA, PENSEM NO QUE ESTÁ ACONTECENDO. Onde estavam os pais desse menino nos últimos 25 prósperos anos? Se agora, com a recessão, resolveram cortar a mesada, a alternativa é entrar num carro, gritar "Out of the car, please?!" e sair dirigindo... E isto é violência (moral...)! Fica aqui meu protesto: senhoras dondocas, que agora não vão ao salão semanalmente para retocar a raiz do cabelo: olhem para seus filhos, gastem tempo com eles, expliquem a diferença entre o bem e o mal (não deixem o assunto para a missa de domingo), mostrem que dinheiro foi feito para servir ao homem E não o contrário! Imponham regras e limites (que vão além do "yes, please" ou "no, thank you").

Sabe aquela história do macaco que senta no rabo pra falar do rabo do vizinho???
Comparemos então, a miséria de vida de alguns brasileiros, com a miséria mental de alguns europeus.

E viva a futilidade!!!