Quem sou eu

sou aquela que sabe a dor e a delícia de ser quem eu sou!

terça-feira, 10 de março de 2009

Confissões de uma AU PAIR

O que você entende por AU PAIR???

Entrei nesse universo por acaso e, hoje, sinto que foi uma das decisões mais acertadas que tomei desde que cheguei na Europa.

Ser AU PAIR...


O termo surgiu na Europa do século XIX, quando a juventude burguesa deixava seu país na tentativa de conhecer outras culturas e outras línguas. Esse intercâmbio era feito entre famílias com o mesmo nível social - estamos falando da juventude com bom poder aquisitivo; a moeda corrente seria "aquisição de conhecimento" e, jamais, dinheiro em espécie.

Nos dias atuais, famílias diversas abrem as portas de suas casas na tentativa de oferecer à juventude (não mais burguesa) tal intercâmbio. A jovem que ali chega, além de um contexto familiar, tem a segurança de estar bem acomodada (não estou falando de luxo), de não ter contas para pagar (aluguel, energia, telefone, etc) e de ter tempo para se dedicar aos estudos (afinal, esse é o maior objetivo). Em contrapartida, os pais voltarão às suas rotinas profissionais na certeza de que seus filhos (com idade entre 1 mês e 10 anos) serão bem assistidos e respeitados; as crianças verão a jovem como uma nova amiga, quando não como uma irmã mais velha (como no meu caso!). Partindo-se do pressuposto que a jovem não terá grandes despesas, a família oferece uma espécie de remuneração simbólica - nada de valor mínimo/hora ou salário correspondente ao de uma babá!

Aliás, que fique bem claro: BABÁ É BABÁ - AU PAIR É AU PAIR!


Para ser uma Au Pair não basta gostar de crianças... Precisa gostar de rotina familiar! Precisa respeitar hierarquia (mesmo depois dos 21 anos): dizer onde vai, quando vai, quando volta. Precisa respeitar limites, horários, prazos! Precisa saber aproveitar uma noite com crianças quando, o que você queria na verdade, era estar com os amigos!

Precisa saber ouvir (com os dois ouvidos), saber falar (ou calar). Ter o coração aberto para broncas, puxões de orelha...

Precisa gostar de visitar a casa da vó e da tia distante, elogiar a comida e contar sobre o seu país pela zilhonésima vez! Ir ao zoológico num feriadão, entrar no carro e cantar "Bob o construtor" (quando o que você queria era escutar o CD da sua banda predileta).

Precisa querer trocar experiências, vivências, culturas!

Não é sinônimo de emprego fácil (porque não é um emprego ou muito menos algo fácil de se fazer) e não pode ser visto como "a última opção da vida" ou "só me sobrou isso".

Seja UM PAR, como na história dos anjos de uma asa só e, se for isso que você realmente quer para a sua vida, neste momento, APROVEITE - seu objetivo, assim como o meu, é adquirir mais conhecimento e isso, ninguém NUNCA tira de você!


P.s.: Mas se quiser ganhar dinheiro "tomando conta de criança"... então, vai ser babá, vai!

Um comentário:

Monique Montenegro disse...

Ahhhh... que saudades dos meus branquelos!!!

Love U!!!